As empresas estão trabalhando forte na confecção de seus orçamentos anuais ou plurianuais prevendo eventos que impactarão suas operações nos próximos exercícios. O objetivo da elaboração dos orçamentos é exatamente a definição de objetivos, a prevenção, a precaução, a definição das métricas a serem seguidas periodicamente nos próximos exercícios, demonstrando se o planejado esta sendo executado, suas variáveis que podem ser aceitas, as que não podem ser aceitas, e as ferramentas de correção de rumo em busca da rentabilidade e da lucratividade operacional.
Há atualmente, uma série de eventos que devem ser considerados nessa confecção, ou, nessa proposta orçamentária. As variáveis relacionadas a custo de produção, as despesas logísticas, a retração do consumo, ao encarecimento do crédito, as projeções de inflação, e os impactos relacionados ao ano eleitoral que está por vir, são premissas que devem ser avaliadas e consideradas nessa peça orçamentária.
Várias empresas já tem esse orçamento pronto. Na realidade a data ideal para sua avaliação final é o encerramento do terceiro trimestre do ano, porém a quantidade de questões a serem consideradas atualmente nessa análise, fez com que muitas companhias deixassem para “bater o martelo” quanto as suas projeções operacionais e orçamentárias, somente na ultima quinzena do mês de dezembro, mas com a prerrogativa de revisões constantes sobre o que foi decidido em termos econômicos e financeiros de sua operação para os próximos exercícios.
Em paralelo a esse trabalho, temos também, empresas que estão em busca de diversificação operacional com o intuito de identificar a exploração de atividades industriais e comerciais que são do seu expertise e que por fatores como identificação do mercado consumidor, colaboradores especializados, divulgação, formação de uma carteira de clientes básica e suficiente para os custos preliminares, não tinham essa exploração econômica específica como parte integrante do negócio.
Esse é um ponto de atenção quando juntamos a confecção do orçamento e a inclusão nele dessa nova atividade a explorar. Acompanhamos casos em que a operacionalização demonstra ser mais simples a inclusão de projeções relacionadas a essa atividade que agora se pretende praticar. Exemplo está relacionado a disponibilização de espaço físico em instalações próprias, sendo essa disponibilização direcionada a geração de receita com aluguel de imóveis. A geração dessa receita base em locação não exige preparações específicas quanto a formação profissional qualificada para a realização dos serviços, o treinamento de colaboradores, a aquisição de ferramentas, etc...., mas há uma preocupação com relação a ajustes societários e cadastros fiscais-tributários para se obter e se registrar de forma transparente e sem a geração de contingencias essa receita de locação de bem imóvel.
Temos também empresas cujo custo operacional é majoritariamente atrelado a distribuição (transporte, armazenagem, logística), e que decidiram realizar uma cisão societária, retirando da “empresa mãe” os gastos com essa operação de distribuição, ou seja, o departamento que se transforma em empresa, de forma a constituir uma empresa de transporte que pode atender a operação dessa empresa original assim como de empresas que atuam no mesmo mercado e que necessitam desse transporte especializado. Aqui temos aspectos referentes a constituição de uma nova empresa e estudos relacionados ao seu enquadramento tributário, além de estudos econômico-financeiros, por exemplo, vinculados aos conceitos de CAPEX e OPEX.
Há também, proposta de início da pratica referente as atividades vinculadas a industrialização para terceiros, realizadas por companhias que identificaram alguma ociosidade em etapas de sua produção, mas que disponibilizam ao mercado a industrialização sob encomenda, utilizando essa ociosidade operacional, isso como uma etapa intermediária da produção desse suposto cliente. Nesse caso os cuidados a serem contemplados em orçamento tem relação a controles fiscais e tributários – prováveis gastos sistêmicos – relacionados a apontamentos de estoque de terceiros em poder da empresa, e provável identificação de receita por centro de custo específico.
É fundamental que os orçamentos contemplem essas variáveis como possíveis fatores que impactam os resultados das operações. Notem que existem variáveis naturais do momento econômico (aumento de custo de produção por escassez de insumos, ou, aumento de energia elétrica, ou, aumento de custo logístico para insumos importados), mas também temos variáveis de ordem operacional e de oportunidades de mercado (inclusão de nova linha de geração de receita operacional na empresa), sendo que ambas variáveis devem ser consideradas na confecção do orçamento da empresa.
Comments