A neoindustrialização é o conceito relacionado ao processo de modernização e evolução industrial, focado na inovação, com ênfase no compromisso ambiental e na interação de cadeias produtivas internacionais. Assim esse conceito esta diretamente atrelado a política industrial do país, mas não pode ter uma análise isolada, deve considerar as tendencias globais do setor industrial.
Importante que possamos ter uma política industrial que elimine os erros do passado, que tenha diretrizes concretas de sustentabilidade e de governança em todos os setores que estejam envolvidos no projeto.
Recentemente, nossos informativos de 24 e 25/janeiro/24 trataram do Programa Nova Industria Brasil (NIB). Atualizando e alinhando as informações, trata-se de Programa do Governo Federal destinado a estimular o setor industrial, cuja mecânica para a sua operacionalização terá suporte em financiamentos, subsídios e participações, com envolvimento do BNDES, da FINEP, e da EMBRAPII.
A princípio o mercado recebeu esse programa com certo ceticismo, considerando que no passado, propostas similares não apresentaram os resultados originalmente programados, e também pelo fato do projeto parecer caminhar para a possibilidade do uso de recursos públicos para financiar investimentos privados.
Mas o que isso tem a ver com o conceito de neoindustrialização?
O Programa Nova Industria Brasil demonstra ter total sintonia com a neoindustrialização, se considerarmos que no processo para a sua implementação (neoindustrialização) são necessários suporte tecnológico, estrutura industrial quanto ao fortalecimento da relação intra setores e entre setores, a qualificação e capacitação profissional, a sustentabilidade quanto ao respeito ao meio ambiente e responsabilidade social, a integração global dessas cadeias de valores setoriais, e uma consistente política industrial que contemple e agregue de forma racional e produtiva todas essas variáveis.
Nos parece que o Programa NIB considerou em sua elaboração essas premissas e tem diretrizes para operacionalizá-las em sua execução.
Devemos considerar que uma política industrial deve primar pela qualidade de suas propostas, assim como as mesmas devem ser factíveis e não ilusórias considerando aspectos econômicos e financeiros, e para isso é importante a participação do Governo como um direcionador de políticas de nação/país para o setor, com benefícios para ela (nação) e para a sua população, inclusive em um cenário de macroeconomia, sendo esse envolvimento diferente de ser o eterno financiador de projetos que ao final não apresentam o resultado esperado, ou seja, recursos públicos investidos no setor privado sem que haja qualquer retorno.
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