Especialistas indicam a redução da SELIC para 2,25%. A aposta se baseia nas expectativas de inflação baixa, e na necessidade de um fôlego adicional quanto ao incentivo para a volta ao consumo. Assim, apesar de todas as incertezas do atual momento, a proposta é de mais uma redução, podemos dizer acentuada, da taxa SELIC.
As projeções até o final do ano, demonstram a complexidade da questão que vem acompanhada de variáveis que atualmente apresentam um patamar a mais no grau de incerteza pelo conjunto de fatores influenciadores.
Há projeções que indicam a possibilidade de termos a SELIC em 1% no final do ano, isso considerando estimativas pessimistas de retomada da economia (retomada lenta) e até uma possível “segunda onda” do coronavírus, mais moderada, mas não descartada. Apesar de otimismo com relação a questão cambial e reabertura de alguns mercados contando-se que essa reabertura trará uma recuperação não imediata mas não tão distante, na contramão de alguma boa perspectiva, temos internamente o não bom controle de questões relacionadas a saúde pública (pandemia), temos muitas inconsistências políticas e entraves entre os poderes da República, e temos a questão do controle fiscal no que parece não estar bem balizado quanto aos gastos públicos com a pandemia e a sua duração.
Existem outras projeções mais pessimistas que falam em SELIC próxima a zero no final do ano considerando que o país, avalia-se, esta se aproximando de uma forte recessão. Já outras estimativas, dizem que a SELIC terminará o ano próxima de 2% buscando manter investimentos locais, se comparados com a remuneração de investimentos, próxima a zero, nos países que representam as grandes economias.
A variação da SELIC precisa ser realizada com um olhar extremamente crítico sobre o câmbio, ou seja, a redução acentuada da SELIC pode fazer com que o capital externo não tenha interesse em permanência local, e haja significativa saída de recursos do país.
Enfim, são muitas as variáveis a se analisar e a projetar o seu movimento durante e após a pandemia. Temos a questão política, a questão da retomada da economia e reabertura de mercados pós período de quarentena, temos a questão relacionada ao montante em valor, e em tempo dos programas sociais locais durante e após a pandemia.
Com tudo isso, a proposta é ir “degrau a degrau”, ou seja, analisando a variação da SELIC “mês a mês” com as empresas ajustando e analisando o impacto dessa variação em seus orçamentos e fluxos de caixa, de forma a realizarem ajustes que reflitam, a cada período, a realidade dessa variação em seu negócio.
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