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MEDIDAS COMERCIAIS TARIFÁRIAS ADOTADAS PELOS EUA

  • Foto do escritor: Grupo Bahia & Associados
    Grupo Bahia & Associados
  • 8 de abr.
  • 3 min de leitura

No início dos anos 80, analisando o PIB dos Estados Unidos, a indústria tinha participação de pouco mais de 21% e  empregava pouco mais de 20% da força de trabalho. Já em 2023 esses mesmos números  representaram pouco mais de 10% e pouco mais de 8%. Realmente, analisando somente esses dados, sem uma pesquisa mais detalhada, podemos afirmar que a indústria americana e sua força de trabalho diminuíram. Mas, é preciso agregar a esse rol de dados algumas informações adicionais. Também na década de 80, o Governo Americano e conglomerados industriais “de peso” desenvolveram projeto com foco em transferir plantas industriais para locais com baixo custo operacional, com regulamentação não tão rígida e com boa malha logística. O enquadramento dessas condicionais, no primeiro momento, foi direcionado para a China, que também buscava, neste mesmo, oportunidade de uma “guinada econômica”, com a identificação de investimentos e captação dos mesmos. Juntando-se o interesse e a perfeita complementação de fatores entre as partes, tivemos os EUA direcionando investimentos em máquinas, tecnologia, e modelos produção,  gestão e de negócios, e a China oferendo mão de obra barata em quantidade necessária, logística e infraestrutura em condições ideais para o que se buscava, e regulamentação aceitável, sem excesso de burocracia (anos 80).


Com a evolução e progresso desse  novo panorama de produção, os custos operacionais das empresas diminuíram em média entre 30% e 50%, e consequentemente  as margens operacionais e de retorno em média anual para os investidores dessas empresas, cresceram  entre 7% e 15%,  percentuais acima daqueles obtidos pelos que não se aventuraram nessa nova proposta operacional. O tempo e o aperfeiçoamento nessas atividades resultaram em aumento de produção, aumento de investimento de tecnologia voltado a produção, redução de custos, e consequentemente a liderança de algumas dessas empresas em seus segmentos. Na linha do sucesso dessa “estratégia operacional” tivemos de1994 a  2018 o NAFTA  ( Acordo de livre Comercio entre Canadá, EUA e México), com o mesmo foco operacional e estratégico. (anos 90)


Nessa  composição, o idealizador original das operações industriais (o local onde a matriz estava localizada), passou e fornecer os serviços de gestão da cadeia de manufatura e fornecimento, ou seja, as empresas americanas se especializaram em administrar essa malha industrial e de suprimento do mercado consumidor, com desenvolvimento de projetos de P&D, novas patentes, novos produtos, novas facilidades de aplicação e uso, softwares, novas estratégias de marketing, novas estratégias comerciais, interação de ferramentas em seu uso para um fim comum voltado a necessidade do mercado, ou seja, a estratégia do negócio, o que esta diretamente ligado a gestão do recurso investido, o controle do resultado, o controle do investimento. Assim a etapa do processo, mais custosa, mais operacional no sentido de produção mão de obra  e distribuição logística ficou sob a responsabilidade de outra localização, aonde está a unidade industrial, mas a gestão a estratégia,  continua no local original. (início anos 2000)


Agora, escutamos em todos os cantos, o discurso de  gerar empregos industriais nos EUA, trazer industrias para os EUA, investir na reindustrialização dos EUA, e para isso temos cenário de ‘um tarifaço’  promovido pelos EUA para ‘equilibrar sua balança comercial’, e captar industrias voltadas a geração de emprego.


Detalhe importante nessa análise, é que muitas dessas industriais que, hoje, atuam em outros países, tem alto grau tecnológico industrial, até com base nas propostas operacionais de suas matrizes, ou seja, suas linhas de produção são robotizadas, seus processos logísticos, tem também, alto grau de automatização com isso, provavelmente, o número de empregos gerados em uma realocação dessas unidades, talvez em termos quantitativo, não seja o esperado, o investimento pela matriz, em capacitação, desenvolvimento, patentes, novos produtos, novas tecnologias, tudo indica, deveria se manter como ideal, estrategicamente manteria as empresas no controle da gestão do recurso, do resultado, no controle do investimento, sem a preocupação de um reinvestimento industrial o que demanda tempo para o resultado,  muito investimento financeiro,  e esforço para manter cliente, e mercado consumidor, neste período de transição, sem contar provável aumento de custos já que a maioria dos insumos importados foram majorados,  e também, o cuidado com o desabastecimento do mercado nessa transição.


Para nós, Brasil, neste cenário, a atenção fica por conta das oportunidades, em atividades industriais como confecção e indústria têxtil no geral, calçados, e industrias de maior resultado tecnológico como aviação, auto peças, automotiva, e mesmo eletroeletrônicos. A análise fica centrada no fato de provavelmente a indústria dos EUA não suprir a necessidade interna de consumo, com o agravante de aumento de custo, tendo em vista que muitos insumos de uso por elas, terão majoração de preço, e em comparativo de custo de importação pelos EUA, nós (Brasil),  ficamos no piso da tabela de adicionais de alíquotas de recebimento de mercadorias, e não no teto, ou seja, temos ai oportunidades de demonstrar qualidade e preços competitivos para desbravar um novo mercado que entrará em fase de ajustes internos e externos.

 
 
 

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